Trabalho híbrido: o modelo que veio para ficar.
Um estudo recente intitulado “O futuro do trabalho no Brasil”*, realizado pelo IDC Brasil a pedido do Google Workspace, mostrou o que temos observado em grande parte das empresas: a opção pelo trabalho híbrido. Esse modelo flexível, que combina dias no escritório com home office, está presente em 56% das organizações e foi o único que obteve aumento no último ano, em comparação ao totalmente presencial ou ao totalmente remoto.
Sabemos, porém, que esse formato não diz respeito apenas a uma mudança de ambiente. Ele altera o próprio conceito de trabalho, interferindo nos processos e ferramentas utilizadas, no comportamento das pessoas e na cultura organizacional da empresa. Além disso, cada vez mais ele deixa de ser uma decisão unilateral do empregador, já que se tornou um diferencial na hora do profissional buscar uma vaga ou permanecer na empresa. De acordo com a pesquisa acima citada, para 36% dos entrevistados, o trabalho híbrido é um fator importante, e se considerarmos que ele está associado diretamente à manutenção da qualidade de vida, que foi citada por 51% dos respondentes, sua relevância torna-se ainda maior.
Desafios e vantagens no trabalho híbrido
Uma das principais vantagens apontadas pelos profissionais sobre o trabalho híbrido é o aumento do bem-estar e a melhoria da saúde mental. Segundo 75% dos entrevistados, eles ganharam mais bem-estar e saúde mental após ter começado a trabalhar nesse modelo. Outro dado importante diz respeito à produtividade: 58% dos entrevistados afirmaram se sentir mais produtivos desse modo, uma vez que a flexibilidade permite que trabalhem da maneira que consideram mais eficiente para eles. Mas 45% dos entrevistados sentem que trabalham mais em casa.
Para as empresas, os desafios maiores dizem respeito ao engajamento, à segurança dos dados compartilhados e ao desenvolvimento da cultura organizacional. O formato de trabalho híbrido não contribui para as relações interpessoais, além de muitas vezes não ser inclusivo, deixando no ostracismo colaboradores que não participam de reuniões com frequência por causa do tipo de função que exercem.
Como tornar o modelo mais eficaz?
Em primeiro lugar, é preciso saber que não existe um modelo único que serve para todas as organizações. Não só porque elas possuem propostas e condições diferentes, mas principalmente porque são compostas por pessoas com necessidades distintas. No entanto, é possível seguir quatro pontos fundamentais para se orientar:
- A empresa
Entender como o trabalho híbrido pode se ajustar aos objetivos, ao funcionamento e à cultura da empresa como um todo é essencial. Determinadas áreas, por exemplo as que envolvem pesquisas ou atendimento presencial, seriam prejudicadas se as equipes não estivessem trabalhando no mesmo espaço. Por isso as empresas devem avaliar tais questões, assim como ouvir seus colaboradores e agir sempre de forma transparente.
- As pessoas
É preciso apoiar, engajar e promover a inclusão dos colaboradores. O que não é uma tarefa simples. Enquanto alguns preferem ambientes calmos para se concentrar, outros não conseguem ficar isolados por muito tempo. Além disso, nem sempre o colaborador dispõe de um ambiente adequado para realizar o seu trabalho, muitas vezes dividindo um pequeno espaço com várias pessoas ou com uma rede de internet que não funciona bem. Outros pontos que os líderes devem levar em consideração são a inclusão e o engajamento, cuidando para que a presença do profissional no escritório seja motivadora, pois é comum os relatos de o funcionário ir ao escritório e passar o tempo todo em reuniões online.
- A tecnologia
Sem dúvida, o grande diferencial para o sucesso desse modelo de trabalho. A empresa deve oferecer ferramentas que facilitem a comunicação, a cooperação e a troca de ideias entre os membros da equipe, para que todos possam estar conectados independentemente do lugar. Soluções baseadas na nuvem para aumentar a produtividade, ferramentas que garantam a conexão e a interatividade entre as pessoas mesmo a distância são apenas alguns exemplos do que existe no mercado.
- Os processos
Definir estratégias claras é essencial para que não haja problemas e todos possam ter um ótimo aproveitamento e experiência. Lembrando que mais do que nunca a confiança e a colaboração de todos serão fundamentais para que tudo saia bem. Além disso, definição de limites para evitar trabalhos excessivos ou regras para o compartilhamento de arquivos que afetam a segurança do negócio também devem ser tratados.
A verdade é que não há como voltar atrás, as empresas devem se preparar para essa nova realidade que fará parte do futuro do trabalho. Elas precisam investir em infraestrutura, treinamentos e alternativas que mantenham a produtividade e a colaboração dos profissionais, resolvendo problemas de curto prazo e criando soluções a longo prazo para que o trabalho híbrido se torne mais eficaz a cada dia. De melhorias no clima organizacional a treinamentos específicos, a MJF Desenvolvimento Humano ajuda empresas na conquista de resultados. Entre em contato pelo xxx.
* Fonte: O futuro do trabalho no Brasil, IDC Brasil, julho de 2022. Disponível em: www.thinkwithgoogle.com
Marizete Zatt Flor
Consultora de RH, Headhunter e Sócia-Diretora da MJF Desenvolvimento Humano.
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